'' Nada é permanente nesse mundo cruel,
nem mesmo os nossos problemas! ''

Charles Chaplin







quinta-feira, 18 de março de 2010

Seja completa, só ou acompanhada

Seja completa, só ou acompanhada
"Sou mulher, sou feliz, inteira e plena". Cada vez mais mulheres sentem-se assim, embora nossa cultura ainda cobre o "ser mulher" como sendo mulher de alguém. Mas encontramos, sim, mulheres completas em si mesmas com ou sem companheiros. Quantas você conhece?
Nós, mulheres, temos, sim, necessidades físicas, emocionais e mentais de trocas com os outros. Mas essas necessidades não têm somente como foco o relacionamento amoroso. Elas são supridas na vida como um todo: no trabalho, nos desafios, nas amizades, na família e em todos os aspectos que nos nutrem.
Temos que buscar satisfação pessoal e global, isso que dizer: fazer e dar-se por inteira em cada coisa, em cada situação que a vida nos coloca. E se não estivermos satisfeitas, devemos mudar a situação.
Quando você estiver em casa, é lá que deve buscar paz interior, cuidar e arrumar suas coisas, deixar um ambiente gostoso e harmonioso, para si mesma em primeiro lugar! Se estiver no trabalho, faça-o com dedicação, com gosto. Fazendo o seu melhor você tende a sentir-se cada vez melhor. Com seus amigos, ouça e seja ouvida com respeito, sinta um carinho específico por cada um. Se estiver na fase de sair e se divertir, dance, aproveite bastante. Se, pelo contrário, quiser paz e sossego longe de tudo e de todos, ótimo! Reflita, repense, se renove.
Meu objetivo não é passar a mensagem "Sejamos todas solteiras e felizes!" Não, não é isso. Só desejo que possamos ser felizes, solteiras ou não! Plenas nos nossos sentimentos, inteiras nas situações e mulheres a qualquer tempo.
Experimente refletir sobre as suas diversas facetas, os seus vários papeis na vida. Em alguma dessas situações você se sente incomodada? O que você acha que precisa para sentir-se melhor? Muita coisa? Pouca? São fatores que dependem de você ou dos outros? Se for depender de você, atire-se, busque, conquiste. Se você precisa dos outros ou de algo para se sentir feliz... Repense! Faça uma análise e uma faxina mental, emocional e na vida. Não é fácil, todas sabemos disso, mas impossível também não. Tente e tente novamente. Se o caminho escolhido até agora lhe trouxe insatisfação, infelicidade ou dependência, que tal tentar outro?
Com o tempo a gente vai percebendo que para ser feliz não "precisa" de algo ou alguém. O que a gente precisa mesmo é não precisar... Sem dureza, sem sofrer, sendo cada vez mais leve e plena em cada gesto, palavra ou olhar.
Cuide-se com carinho. Declare ao Universo que você está aberta à felicidade. Você merece ser feliz, então seja!

terça-feira, 16 de março de 2010

RECOMEÇAR
Paulo Roberto Gaefke
(não é de Carlos Drummond de Andrade)
 
Não importa onde você parou...
em que momento da vida você cansou...
o que importa é que sempre é possível e necessário
"Recomeçar".
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
é renovar as esperanças na vida e o mais importante...
acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
foi aprendizado...
Chorou muito?
foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes?
É por que fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora...
Pois é...agora é hora de reiniciar...de pensar na luz...
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal um novo emprego? Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado... diferente?
Um novo curso... ou aquele velho desejo de aprender a
pintar... desenhar... dominar o computador...
ou qualquer outra coisa...
Olha quanto desafio...
quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho? besteira...
tem tanta gente que você afastou com
o seu "período de isolamento"...
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu
para "chegar" perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza...
nem nós mesmos nos suportamos...
ficamos horríveis... o mal humor vai comendo nosso fígado...
até a boca fica amarga.
Recomeçar...
hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar?
Vá alto... sonhe alto... queira o melhor do melhor...
queira coisas boas para a vida...
pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos...

Se pensamos pequeno... coisas pequenas teremos...
já se desejarmos fortemente o melhor e
principalmente lutarmos pelo melhor...
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental...
jogar fora tudo que te prende ao passado...
ao mundinho de coisas tristes...
fotos... peças de roupa, papel de bala...
ingressos de cinema... bilhetes de viagens...
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados...

jogue tudo fora... mas principalmente...
esvazie seu coração... fique pronto para a vida...
para um novo amor...

Lembre-se somos apaixonáveis...
somos sempre capazes de amar muitas
e muitas vezes... afinal de contas...
Nós somos o "Amor"...
A DESPEDIDA DO AMOR
Martha Medeiros
   Existem duas dores de amor:
   A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
   A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
   A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
   Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
   É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
   Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...
   E só então a gente poderá amar, de novo.
A Morte Devagar
Martha Medeiros
 
Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.