'' Nada é permanente nesse mundo cruel,
nem mesmo os nossos problemas! ''

Charles Chaplin







terça-feira, 22 de junho de 2010

A difícil arte de largar

Sim, eu não vou dizer pra você que é só LARGAR o que te incomoda e seguir sua vida, porque largar mão de nossos desejos neuróticos do tipo eu acho que assim é melhor porque ASSIM É melhor, não é tarefa fácil. De onde tiramos a idéia de que podemos controlar o mundo a nossa volta? Quando foi que passamos a acreditar nesta sedutora mentira? Uma mentira que toca direto no âmago do ego.




Luiz Gasparetto afirma:



O sofrimento é do tamanho da teimosia.



E Deepak Chopra afirma:



Segurar algo na mente é como segurar a respiração. Se você persistir, vai sufocar.



Largar é uma arte. Essa arte está bem resumida naquela Oração da Serenidade a qual eu postei aqui semanas atrás. A atitude mais razoável diante dos problemas – leia-se: as coisas não serem do jeito que eu espero/acho melhor/QUERO – é resolver rapidamente aquelas que podemos resolver, ACEITAR aquelas cuja resolução está fora de nosso alcance, e o mais importante/difícil, onde está a verdadeira arte, que é SABER DICERNIR com desprendimento o que podemos e o que não podemos resolver.



As vezes nos magoamos com as pessoas/vida/Deus porque esperamos certas ações ou conduta e elas não vem, não acontecem. Quem prometeu, não cumpriu. Daí a frustração, daí a mágoa, daí o ressentimento e todas as péssimas consequências que se manifestam com uma pessoa ressentida que vai desde a uma piora na saúde até o mau aproveitamento da vida, numa atitude tipicamente mimada. Se não for como eu quero, então não brinco mais. Mas quem disse que promessa é dívida não imaginava o quanto um ser humano pode ser sem verg… erhh digo, falho. Se é uma coisa que a vida NÃO nos dá, são GARANTIAS. Esqueça. Faça você O MELHOR QUE PUDER e quanto aos outros, esteja sempre preparado/a pra tudo. É a vida, é o ser humano.



Eu vejo que NINGUÉM É OBRIGADO a aturar os outros. Podemos ficar anos aturando os defeitos de alguém numa vã esperança de que a pessoa um dia mude, mas convenhamos, a vida é tão boa, tão cheia de possibilidades para ficarmos apegados a um zé mané que não quer nada com a vida. Bola pra frente. No ramo imobiliário há um lema super construtivo e motivante:



Sempre há outra oportunidade depois da esquina



Vejo que esse lema vale pra vida. Basta acreditar. Esperar, confiar. E sempre entendendo a DIFERENÇA entre ESPERANÇA e EXPECTATIVA. A primeira ABRE caminhos, a segunda, OS FECHA. A primeira ANIMA, a segunda, FRUSTRA.



O perdão cura a alma, porque a alivia do peso de segurar o que não nos serve mais, ou que nunca tenha nos servido. Alivia porque perdoar é largar o que não é pra nós. Vive-se ainda com a péssima idéia que perdoar é aceitar os defeitos dos outros e CONTINUAR CONVIVENDO com eles. Que idéia mais infeliz fizeram do perdão. Perdoar é ACEITAR que as pessoas, a vida, enfim, não é e jamais será do modo como imaginamos ser o melhor. Mas jamais será a obrigação de se conviver com gente cujo comportamento não “se encaixa” mais com o nosso modo de vida. Perdoar é largar no sentido da mais bela reflexão sobre o amor que já encontrei:



Se você ama, deixe ir. Se voltar, é seu, se não voltar, NUNCA FOI SEU!



E aceite que nunca foi seu. Porque haveria de ser? No noticiário vemos que o mundo tá cheio de miséria. Desligue a TV. Há também muita coisa boa, muita gente boa querendo conhecer alguém como você. Dê-se a chance. Dê-se o melhor. Você merece!



Largar é confiar que a vida nos reserva algo melhor. Se não dá de um jeito, então por quê forçar a barra? Esperar quem ficou de não vir?

Perseverança

Segue uma metáfora interessante que acabei de receber por email. O autor é desconhecido, mas o tema se encaixa perfeitamente para certas épocas de nossa vida em que sentimos que nada vai pra frente:


Certo dia decidi me dar por vencido. Renunciei ao meu trabalho, às minhas relações e à minha fé.

Resolvi desistir até da minha vida. Me dirigie ao bosque para ter uma última conversa com Deus.

“Deus, eu disse: Poderias me mostrar uma boa razão para eu não entregar os pontos?”

Sua resposta me surpreendeu: “Olha em redor. Está vendo a samambaia e o bambu?”

“Sim, estou vendo”, respondi.

Pois bem. Quando eu semeei as samambaias e o bambu, cuidei deles muito bem.

Não lhes deixei faltar luz e água. A samambaia cresceu rapidamente.

Seu verde brilhante cobria o solo. Porém, da semente do bambu nada saía.

Apesar disso, eu não desisti do bambu.

No segundo ano, a samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa.

E, novamente, da semente do bambu, nada apareceu.

Mas, eu não desisti do bambu.

No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa…

E eu não desisti.

Então… no quinto ano, um pequeno broto saiu da terra.

Aparentemente, em comparação com a samambaia, era muito pequeno , até insignificante.

Seis meses depois, o bambu cresceu vários e vários metros de altura.

Ele ficara cinco anos afundando raízes.

Aquelas raízes o tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver.

“A nenhuma de minhas criaturas eu faria um desafio que elas não pudessem superar”

E olhando bem no meu íntimo, disse:

“Você sabia que durante todo esse tempo em que vem lutando, na verdade estava criando raízes?

Eu jamais desistiria do bambu.

Nunca desistiria de você.

Não se compares com outros”.

“O bambu foi criado com uma finalidade diferente da samambaia, mas ambos são necessários para fazer do bosque um lugar bonito”.

“Seu tempo vai chegar”, disse Deus.

“E você crescerá muito!”

Quanto tenho de crescer? perguntei.

“Tão alto como o bambu?” foi a resposta.

E eu deduzi: Tão alto quanto puder!

Espero que estas palavras possam lhe ajudar a entender que Deus nunca desistirá de você.

Nunca se arrependa de um único dia de sua vida.

Os bons dias lhe dão felicidade.

Os maus lhe dão experiência.

Ambos são essenciais para a sua vida.

A felicidade lhe faz doce.

Os problemas lhe mantêm forte.

As penas lhe mantêm humano.

As quedas lhe mantêm humilde.

O bom êxito lhe mantém brilhante.

Mas só Deus lhe mantém caminhando…



Autoria desconhecida

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A difícil arte de largar...

Sim, eu não vou dizer pra você que é só LARGAR o que te incomoda e seguir sua vida, porque largar mão de nossos desejos neuróticos do tipo eu acho que assim é melhor porque ASSIM É melhor, não é tarefa fácil. De onde tiramos a idéia de que podemos controlar o mundo a nossa volta? Quando foi que passamos a acreditar nesta sedutora mentira? Uma mentira que toca direto no âmago do ego.

Luiz Gasparetto afirma:

O sofrimento é do tamanho da teimosia.
E Deepak Chopra afirma:
Segurar algo na mente é como segurar a respiração. Se você persistir, vai sufocar.

Largar é uma arte. Essa arte está bem resumida naquela Oração da Serenidade a qual eu postei aqui semanas atrás. A atitude mais razoável diante dos problemas – leia-se: as coisas não serem do jeito que eu espero/acho melhor/QUERO – é resolver rapidamente aquelas que podemos resolver, ACEITAR aquelas cuja resolução está fora de nosso alcance, e o mais importante/difícil, onde está a verdadeira arte, que é SABER DICERNIR com desprendimento o que podemos e o que não podemos resolver.
As vezes nos magoamos com as pessoas/vida/Deus porque esperamos certas ações ou conduta e elas não vem, não acontecem. Quem prometeu, não cumpriu. Daí a frustração, daí a mágoa, daí o ressentimento e todas as péssimas consequências que se manifestam com uma pessoa ressentida que vai desde a uma piora na saúde até o mau aproveitamento da vida, numa atitude tipicamente mimada. Se não for como eu quero, então não brinco mais. Mas quem disse que promessa é dívida não imaginava o quanto um ser humano pode ser sem verg… erhh digo, falho. Se é uma coisa que a vida NÃO nos dá, são GARANTIAS. Esqueça. Faça você O MELHOR QUE PUDER e quanto aos outros, esteja sempre preparado/a pra tudo. É a vida, é o ser humano.
Eu vejo que NINGUÉM É OBRIGADO a aturar os outros. Podemos ficar anos aturando os defeitos de alguém numa vã esperança de que a pessoa um dia mude, mas convenhamos, a vida é tão boa, tão cheia de possibilidades para ficarmos apegados a um zé mané que não quer nada com a vida. Bola pra frente. No ramo imobiliário há um lema super construtivo e motivante:

Sempre há outra oportunidade depois da esquina

Vejo que esse lema vale pra vida. Basta acreditar. Esperar, confiar. E sempre entendendo a DIFERENÇA entre ESPERANÇA e EXPECTATIVA. A primeira ABRE caminhos, a segunda, OS FECHA. A primeira ANIMA, a segunda, FRUSTRA.

O perdão cura a alma, porque a alivia do peso de segurar o que não nos serve mais, ou que nunca tenha nos servido. Alivia porque perdoar é largar o que não é pra nós. Vive-se ainda com a péssima idéia que perdoar é aceitar os defeitos dos outros e CONTINUAR CONVIVENDO com eles. Que idéia mais infeliz fizeram do perdão. Perdoar é ACEITAR que as pessoas, a vida, enfim, não é e jamais será do modo como imaginamos ser o melhor. Mas jamais será a obrigação de se conviver com gente cujo comportamento não “se encaixa” mais com o nosso modo de vida. Perdoar é largar no sentido da mais bela reflexão sobre o amor que já encontrei:
Se você ama, deixe ir. Se voltar, é seu, se não voltar, NUNCA FOI SEU!
E aceite que nunca foi seu. Porque haveria de ser? No noticiário vemos que o mundo tá cheio de miséria. Desligue a TV. Há também muita coisa boa, muita gente boa querendo conhecer alguém como você. Dê-se a chance. Dê-se o melhor. Você merece!
Largar é confiar que a vida nos reserva algo melhor. Se não dá de um jeito, então por quê forçar a barra? Esperar quem ficou de não vir?

Todos os créditos desse maravilhoso texto a:
Ronaud Pereira

quinta-feira, 18 de março de 2010

Seja completa, só ou acompanhada

Seja completa, só ou acompanhada
"Sou mulher, sou feliz, inteira e plena". Cada vez mais mulheres sentem-se assim, embora nossa cultura ainda cobre o "ser mulher" como sendo mulher de alguém. Mas encontramos, sim, mulheres completas em si mesmas com ou sem companheiros. Quantas você conhece?
Nós, mulheres, temos, sim, necessidades físicas, emocionais e mentais de trocas com os outros. Mas essas necessidades não têm somente como foco o relacionamento amoroso. Elas são supridas na vida como um todo: no trabalho, nos desafios, nas amizades, na família e em todos os aspectos que nos nutrem.
Temos que buscar satisfação pessoal e global, isso que dizer: fazer e dar-se por inteira em cada coisa, em cada situação que a vida nos coloca. E se não estivermos satisfeitas, devemos mudar a situação.
Quando você estiver em casa, é lá que deve buscar paz interior, cuidar e arrumar suas coisas, deixar um ambiente gostoso e harmonioso, para si mesma em primeiro lugar! Se estiver no trabalho, faça-o com dedicação, com gosto. Fazendo o seu melhor você tende a sentir-se cada vez melhor. Com seus amigos, ouça e seja ouvida com respeito, sinta um carinho específico por cada um. Se estiver na fase de sair e se divertir, dance, aproveite bastante. Se, pelo contrário, quiser paz e sossego longe de tudo e de todos, ótimo! Reflita, repense, se renove.
Meu objetivo não é passar a mensagem "Sejamos todas solteiras e felizes!" Não, não é isso. Só desejo que possamos ser felizes, solteiras ou não! Plenas nos nossos sentimentos, inteiras nas situações e mulheres a qualquer tempo.
Experimente refletir sobre as suas diversas facetas, os seus vários papeis na vida. Em alguma dessas situações você se sente incomodada? O que você acha que precisa para sentir-se melhor? Muita coisa? Pouca? São fatores que dependem de você ou dos outros? Se for depender de você, atire-se, busque, conquiste. Se você precisa dos outros ou de algo para se sentir feliz... Repense! Faça uma análise e uma faxina mental, emocional e na vida. Não é fácil, todas sabemos disso, mas impossível também não. Tente e tente novamente. Se o caminho escolhido até agora lhe trouxe insatisfação, infelicidade ou dependência, que tal tentar outro?
Com o tempo a gente vai percebendo que para ser feliz não "precisa" de algo ou alguém. O que a gente precisa mesmo é não precisar... Sem dureza, sem sofrer, sendo cada vez mais leve e plena em cada gesto, palavra ou olhar.
Cuide-se com carinho. Declare ao Universo que você está aberta à felicidade. Você merece ser feliz, então seja!

terça-feira, 16 de março de 2010

RECOMEÇAR
Paulo Roberto Gaefke
(não é de Carlos Drummond de Andrade)
 
Não importa onde você parou...
em que momento da vida você cansou...
o que importa é que sempre é possível e necessário
"Recomeçar".
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
é renovar as esperanças na vida e o mais importante...
acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
foi aprendizado...
Chorou muito?
foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes?
É por que fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora...
Pois é...agora é hora de reiniciar...de pensar na luz...
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal um novo emprego? Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado... diferente?
Um novo curso... ou aquele velho desejo de aprender a
pintar... desenhar... dominar o computador...
ou qualquer outra coisa...
Olha quanto desafio...
quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
Tá se sentindo sozinho? besteira...
tem tanta gente que você afastou com
o seu "período de isolamento"...
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu
para "chegar" perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza...
nem nós mesmos nos suportamos...
ficamos horríveis... o mal humor vai comendo nosso fígado...
até a boca fica amarga.
Recomeçar...
hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar?
Vá alto... sonhe alto... queira o melhor do melhor...
queira coisas boas para a vida...
pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos...

Se pensamos pequeno... coisas pequenas teremos...
já se desejarmos fortemente o melhor e
principalmente lutarmos pelo melhor...
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental...
jogar fora tudo que te prende ao passado...
ao mundinho de coisas tristes...
fotos... peças de roupa, papel de bala...
ingressos de cinema... bilhetes de viagens...
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados...

jogue tudo fora... mas principalmente...
esvazie seu coração... fique pronto para a vida...
para um novo amor...

Lembre-se somos apaixonáveis...
somos sempre capazes de amar muitas
e muitas vezes... afinal de contas...
Nós somos o "Amor"...
A DESPEDIDA DO AMOR
Martha Medeiros
   Existem duas dores de amor:
   A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
   A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
   A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
   Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
   É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
   Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...
   E só então a gente poderá amar, de novo.
A Morte Devagar
Martha Medeiros
 
Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Namorado


Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado
de verdade é muito raro. Necessita de adivinhaçao, de pele, de saliva,
lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixao é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil.

Namorado nao precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer
proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase
desmaia pedindo proteçao. A proteçao dele nao precisa ser parruda,
decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensao ou mesmo de
afliçao.

Quem nao tem namorado nao é quem nao tem um amor: é quem nao sabe o
gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um
envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode nao ter namorado.

Nao tem namorado quem nao sabe o gosto da chuva, cinema sessao das duas,
medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Nao tem
namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar
sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Nao tem namorado quem faz
pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a
felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Nao tem namorado quem nao sabe o valor de maos dadas; de carinho
escondido na hora que passa o filme; de flor catada no muro e entregue
de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico
Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a
meia rasgada; de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô,
bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Nao tem namorado quem nao gosta de dormir agarrado, fazer sesta
abraçado, fazer compra junto. Nao tem namorado quem nao gosta de falar
do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro
dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Nao
tem namorado quem nao redescobre a criança própria e a do amado e sai
com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton
Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical na Metro.

Nao tem namorado quem nao tem música secreta com ele, quem nao dedica
livros, quem nao recorta artigos, quem nao chateia com o fato de o seu
bem ser paquerado. Nao tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem
curtir; quem curte sem aprofundar. Nao tem namorado quem nunca sentiu o
gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou
meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Nao tem namorado quem
ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de
obrigaçoes; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Nao tem
namorado quem confunde solidao com ficar sozinho. Nao tem namorado quem
nao fala sozinho, nao ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você nao tem namorado porque nao descobriu que o amor é alegre e você
vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve,
aquela de chita e passeie de maos dadas com o ar.

Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricçoes
de esperança. De alma escovada e coraçao estouvado, saia do quintal de
si mesmo e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua
janela.

Ponha intençoes de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de
fada. Ande como se o chao estivesse repleto de sons de flauta e do céu
descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante
a dizer frases sutis e palavras de galanteria.

Se você nao tem namorado é porque ainda nao enlouqueceu aquele pouquinho
necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
Enlou-cresça.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa: 'Ah, terminei o
namoro...'. 'Nossa,quanto tempo?'. 'Cinco anos...Mas não deu certo...acabou'. 'É não deu...'
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores!

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?

E não temos esta coisa completa. Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é malhada, mas não é sensível. Tudo, nós não temos. Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.

Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta. Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama!

Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família? O legal é alguém que está com você por você. E vice versa. Não fique com alguém por dó também. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Você!

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói! Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo. E nem sempre as coisas saem como você quer...

A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias.

'A gente ama enquanto pode; esquece quando é preciso; e aprende que só vale a pena lutar por aquilo que vale a pena possuir.'!!!